sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cordeiros não fazem revoluções


Cordeiros não fazem revoluções


Desconcentro-me se permanecer estático, o deslocamento desordenado me afervora, incitando o liame que une as múltiplas vertentes que residem em meu emaranhado de titubeações. Sou sugado selvagemente por surtos incontidos de iluminação e um subseqüente mergulho no alcatrão do irresoluto.


Em minha opinião discrepante sou demasiadamente subestimado, alguns apelidam-me de nômade, outros de bárbaro, tem aqueles que definem minhas colocações como dignas de um aborígine. Contudo, tais elogios me são incomparavelmente mais exuberantes e formosos do que se referissem a mim como um ser civilizado, não sou civilizado, não sou cortês, sou o inverso, escandalizo para obter o respeito, sou incitador, provocador, contestador, alimento-me de simpatia e antipatia, apatia comigo não funciona, sou vencedor e perdedor, jamais empatador.


Convivo com a dor e não a renego nem almejo substituí-la, é devido á ela que aprendi a dar valor nas vastas contingências que nos rodeiam. Os cordeiros não fazem revoluções, eles pastam. Estava errado quem disse que há um espaço para todos, porque nós não queremos um espaço, nós queremos o todo.


Michel F.M.

45 comentários:

Wanderley Elian Lima disse...

Excelente texto Michel, realmente cordeiros não fazem revoluções eles pastam, e enquanto nós pastamos passivamente outros se deleitam às nossas custas e ainda zombam de nossa cara. O texto me fez lembrar outro: Revolução na carpintaria, muito bom.
Um ótimo fim de semana
Abração

Unknown disse...

Oi Michael!

Pelo texto que li, voce se assemelha a uma obra de arte. Aquela obra que choca ao se olhar, e assim ficamos petrificados até compreender.

Cordeiros não fazem revolução!

Deixemos de ser cordeiro, em tempo!

Beijos

Mirse

Jania Souza disse...

Menininho Lindo, você escreve muitíssimo bem. Esse seu texto tira o fôlego. Perfeito! Parabéns.

Jéssica Marques disse...

"nós não queremos um espaço, nós queremos o todo."

A mais pura verdaade.. Pena que eu sou um cordeiro ;/

Jéssica Marques disse...

"nós não queremos um espaço, nós queremos o todo."

A mais pura verdaade.. Pena que eu sou um cordeiro ;/

Gorete . SoLua disse...

Oi Michel, obrigada pela visita e ser meu seguidor.

Maravilhoso seu texto:
"Convivo com a dor e não a renego nem almejo substituí-la, é devido a ela que aprendi a dar valor nas vastas contingências que nos rodeiam"
Então, (in)/Felizmente aprendemos mais com a dor do que por/com amor.
A dor nos consome, deixa marcas irreversiveis e o amor nos restabelece, nos impulsiona, nos conduz a felicidade...

Beijos :)

PERPLEXIDADE disse...

putz perfeita essa... 'sou vencedor e perdedor, jamais empatador'...
adoro isso tb... por que sou tudo ou nada...
perfeito seu texto!
grande bj
;D

Anônimo disse...

Michel

"Desconcentro-me se permanecer estático, o deslocamento desordenado me afervora, incitando o liame que une as múltiplas vertentes que residem em meu emaranhado de titubeações. Sou sugado selvagemente por surtos incontidos de iluminação e um subseqüente mergulho no alcatrão do irresoluto."

Nossa esse trecho me leva a pensar firmemente num grande escritor surgindo em vovê.

Abs

Kenia Soares disse...

é Michel... conviver com a dor, algo que você disse que ecoou em mim.
Certamente, depois de ser suportado as mais terriveis dores da alma somos capazes de suportar quaquer coisa e agir. Tornar-se intenso e extenso.

Você é interessantemente curioso.

Peregrina da Luz disse...

Muito boa essa reflexão. Realmente cordeiros não fazem revoluções eles pastam, pastam passivamente.

Gostei muto de seu blog, estou seguindo.
Abraços

Heduardo Kiesse disse...

"Convivo com a dor e não a renego nem almejo substituí-la, é devido á ela que aprendi a dar valor nas vastas contingências que nos rodeiam"



abraços

J Araújo disse...

Com certeza meu amigo, concordo com vc em gênero, número e grau. Não podemos dizer amém a tudo que nos é imposto, precisamos contestar sempre que acharmos necessario.

Queremos e precisamos ser ouvidos. Sabemos, com ceteza, calar e gritar na hora que for preciso.

Gostei do seu blog. Muito bom, parabéns e abraço amigo

Anônimo disse...

Olá Michel , incrivel vosso texto! Forte e incisivo!
Ao lê-lo lembrei de um pequeno trecho do livro "O MELHOR VENDEDOR DO MUNDO" que diz:-
"Eu não cheguei a este mundo em situação de derrota...Não sou ovelha á espera de que meu pastor me aguilhoe e acaricie, mas um leão, e me recuso a falar, andar e dormir como a ovelha. Não ouvirei aqueles que choram e se queixam, pois tal doença é contagiosa. Eles que se unam á ovelha. O matadouro do fracasso não é o meu destino"
Parabéns pelo texto!!

Dora nascimento disse...

... é assim, não é mesmo?
Em mim em áspereza vem o meu momento sedoso em que desobedeço ao Tudo e aqpenas me comporto buscando a minha parte no Todo, que eu sei que tenho.
é que às vezes vem aquela sedosa comodidade me fazendo sentir a aspereza do ter que Estar, antes de apenas querer Ser.
Dignidade - para mim - não é uma questão de espaço, é uma questão de consciência.
Gostei muito do seu tom, de seda sem aspereza igual...
Um abraço. estou apenas retribuindo gentilezas.

Unknown disse...

ADOREEEI o texto .
Vi que vc ta me seguindo , obrigada
tbm estou seguindo vc
beijos

Lord Paulo disse...

Me fez pensar...E isso é perigoso!
A eterna busca, o querer mais, a não aceitação de coisas ruins.
Suas colocações são perfeitas...Adorei o texto, Parabéns!

She disse...

Uau! Muitos "uau" pra você! Que lindo texto! Adorei! Entre tantas outras letras interessantes as que destaco são as que formaram a seguinte frase: "- sou vencedor e perdedor, jamais empatador."
Muito bom!
Beijoooooooo
- Cantinho She -

Júlia Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Júlia Carvalho disse...

muito legal tudo que faz aê, pelo geito você é compositor né?
tambem tento compor,
tÔ seguindo!
ah se puder visita meu blog
comVIDA

Sandra Gutiérrez Alvez disse...

hola me gustaría poder leerte, pero no entiendo en profundidad el portugués, te sugiero que sumes un gadget de traducción a tu blog. así podemos disfrutar de tus creaciones en nuestro idioma original.

muchas gracias.
te dejo un beso.

Elika Takimoto disse...

Olá, Michel!

Uma honra receber sua visita. Vim aqui retribuí-la e me torno sua seguidora.

Belo blog, belos textos!

Nos veremos mais vezes com certeza!

Beijos

Elika Takimoto disse...

Olá, Michel!

Uma honra receber sua visita. Vim aqui retribuí-la e me torno sua seguidora.

Belo blog, belos textos!

Nos veremos mais vezes com certeza!

Beijos

Ianê Mello disse...

Suas palavras ecoam com a força de uma tempestade.
Não há meias palavras, só palavras inteiramente viscerais.

Esse seu texto remexe com as minhas crenças, toca a ferida e me traz recordações de um tempo de luta.

"...nós não queremos um espaço, nós queremos o todo" porque é a ele que temos direito e não a migalhas que nos atiram pelo chão como se fossemos pombos na praça à espera de alimento.

Ops...me empolguei, não disse!...

Parabéns!

Fico feliz com sua adesão ao meu espaço e aguardo por seus comentários.

Como você, não quero agradar, só não suporto a apatia, a indeferença.

Beijos

TOTYNIX disse...

Seu blog é incrível. Você escreve lindamente! Estou te seguindo. Abraços!!

Anônimo disse...

Mais "um cordeiro" , uma cordeira caipira, pastando.....

belo texto!

Marcelo Novaes disse...

Michel,


Ritmo à altura da mensagem: rolo compressor.


Muito bom!





Abração,








Marcelo.

Tânia Marques disse...

Adoro o que escreves. Parabéns! Beijos.

Renato Oliveira disse...

Você se expressa de maneira bastante clara, autêntica diria.

É válido encontrarmos trabalhos assim, eu adorei, assim como outras postagens do blog. Já o sigo! um abraço!

:D

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Cordeiros não fazem revoluções.
Michel F.M.
Um texto alquimico, onde o escritor transcende o pensamento, muito bom, adorei.

Eu não esqueci um só de todos os meus amigos aqui, e hoje retorno, depois de muito trabalho com o nosso Site, com os 1000 Sonetos, agora poderei estar ao lado de todos , matando as saudades, que se fazem presente ao presente momento,
passa lá ao meu Blog, tem
NATAL
para todos os amigos,
com carinho, Efigênia

Simone Scalabrini disse...

Oi Michel!!

Adorei seu blog. Ameeeei o texto.

Meus parabéns pela profundidade das palavras. Voltarei mais vezes.

Bjs!!!!!!

Marise disse...

Olá Michel,
Excelente texto, reflexivo e nós leva a fazer uma revolução conosco mesmo...precisamos deixar de ser cordeiros, somos cordeiros sim, apesar de negarmos...cordeiro eu?
Nada como a verdade...
Sou uma apaixonada poe 1984 e A revolução dos bichos de George Orwell.
Abraços,
Marise.

Hoodholder disse...

Nossa senhora! Digno de aplausos! Entretanto, não sei até onde tudo que foi dito é ousadia ou medo. Da certeza incerta, da incerta certeza.

Adorei.

http://espelhoinverso.blogspot.com/

Tere Tavares disse...

Michel,
Retribuindo tua vinda ao "M-eus Outros", retenho, percebendo a qualidade dos teus trabalhos, a impressão da boa Literatura.
Abraço

Elaine Barnes disse...

Parabéns! Profundo demais! Escreve como alguém muito mais velho e com uma bagagem imensa de conteúdo só adquirido pelo tempo.Fiquei maravilhada. Bjs e excelente terça pra vc.

Gustavo Santiago disse...

Dale !!!
"Essa vida é muuito cretina mesmo. é preciso uma luta interna muito forte para continuar inteiro, intacto."

Essa frase é dum texto lá do meu blog, bixo adorei a postagem, É por ai mesmo os que pastam e os que sofrem por suas ideias. Mas resistir até o fim, afinal poeta não cansa nunca. Essa semana tava comentando no forum o porque dos bons morrerem cedo. Era uma questão que não calava: Constatamos que é por causa da hipocrisia humana. Que eles fazem em 10 o que era pra fazer em 100, 1000.

Todas as energias compatriota.
Do poeta dos mundos
Santiago.
(Gostei do espaço)

Danilo Augusto disse...

Muito bom, muito bom, muito bom

Carla Freitas disse...

nossa que coisa linda, intensa e forte esse texto...arrepiei. Muito bom!

ex-Excursões disse...

Eu entendi que vc ama escrever e o faz muitissimo bem...
Sou seguidora tb...amei seu blog!
Fazemos coisas bem diferentes mas fazemos o que amamos!
Um forte abrç
http://compartilharideias-faby.blogspot.com
Faby

DayRabelo disse...

Após ler os comentários acima, quase desisti de escrever o meu, tão insignificante.. Mas não desisti: Ótimos textos, quando publicar um livro eu adoraria ser avisada ! Parabéns.

diario da Fafi disse...

É MICHAEL...

Para algumas pessoas há tempo para as pastagens.
Determinados.
Para os empatadores, às pastagens!
Determinantes.

Obrigado por me seguir.
Te linkei no diario.

Carinhos.

diario da Fafi disse...

É MICHAEL...

Para algumas pessoas há tempo para as pastagens.
Determinados.
Para os empatadores, às pastagens!
Determinantes.

Obrigado por me seguir.
Te linkei no diario.

Carinhos.

Ju Fuzetto disse...

Michel, obrigada pelo elogio ao meu blog....
Estou adorando ler seus textos...

Vc escreve divinamente!

Ah, vê se publica o texto sobre a Ju especial da sua vida!

Fique com Deus!

Brown Eyes disse...

Michel vim conhecer o teu espaço e, numa abordagem muito breve, conclui que não és mesmo um cordeiro, que não vives para pastar mas para revolucionar. Tenho pena que haja tantos cordeiros, tantos que torna-se difícil para quem queira mudar algo o consiga. Eu não diria que eles são cordeiros, talvez lobos com pele de cordeiro que acabam por comer quem quer construir e se fazem de mansinho quando pretende cativar. Adorei o teu espaço e a tua maneira de pensar, espero que nunca te consigam aniquilar é que a força também se vai perdendo.

Leonam Souza disse...

Grande Michel, grande poeta, grande revolucionário. Nem tudo está perdido e você é parte desta esperança. Parabéns pelo seu blog realmente espetacular e obrigado por juntar-se a nós no http://leonamsouza.blogspot.com. Vou seguí-lo e também inserir o link na lista dos meus blogs de consulta obrigatória. Segue em frente garoto que a vida é bela. Um forte abraço do Leonam Souza.

Daniela Delias disse...

Muito legal o teu espaço, Michel!!! Seguirei por aqui. Beijão!

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