quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Simplório mas Sincero


Habituado aos costumes rotineiros da prática usual


Logo, liguei quatorze dos quinze computadores, um deles estava com problemas, sabe aquelas panes sem solução para um reles mortal recém virtualizado, ou nem tanto. Daí eu fiz o mesmo percurso que faço todos os dias, de uma sala à outra, para depois regressar com a criançada e começar as nossas atividades, mais enriquecedoras para mim do que para eles.

Quando chego na porta, aquele Auê de sempre, a molecada grita, esperneia, ouço uns vinte e cinco chamados, “Tio, tio, Ó o tiooooo...” Olho para a professora para ver se ela já encerrou as tarefas, para que possamos prosseguir para a hora tão aguardada pela mini-platéia. – Podemos ir ? – pergunto – Ah, lembrei que preciso aplicar uma provinha pra eles hoje. – Ela responde. E em um instante o alvoroço e a espectativa se transformam em uma dupla frustração.

Sem aula de informática e com uma prova para substituí-la, tudo com o que qualquer criança jamais simpatizou. Mas é assim, a escola tem um cronograma, os alunos precisam passar por estas etapas que fazem parte de sua formação, para crescerem, se desenvolverem e terem a plena consciência de que o sistema manda em sua rotina e mandará.
- Tudo bem, obrigado professora, um outro dia nós repomos essa aula.

Volto para a “minha” sala, desligo os computadores, um a um. Sento em minha cadeira, entro na internet, e perco o tempo que iria utilizar tão proveitosamente. O momento mais alegre do meu dia, não iria acontecer.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Cordeiros não fazem revoluções


Cordeiros não fazem revoluções


Desconcentro-me se permanecer estático, o deslocamento desordenado me afervora, incitando o liame que une as múltiplas vertentes que residem em meu emaranhado de titubeações. Sou sugado selvagemente por surtos incontidos de iluminação e um subseqüente mergulho no alcatrão do irresoluto.


Em minha opinião discrepante sou demasiadamente subestimado, alguns apelidam-me de nômade, outros de bárbaro, tem aqueles que definem minhas colocações como dignas de um aborígine. Contudo, tais elogios me são incomparavelmente mais exuberantes e formosos do que se referissem a mim como um ser civilizado, não sou civilizado, não sou cortês, sou o inverso, escandalizo para obter o respeito, sou incitador, provocador, contestador, alimento-me de simpatia e antipatia, apatia comigo não funciona, sou vencedor e perdedor, jamais empatador.


Convivo com a dor e não a renego nem almejo substituí-la, é devido á ela que aprendi a dar valor nas vastas contingências que nos rodeiam. Os cordeiros não fazem revoluções, eles pastam. Estava errado quem disse que há um espaço para todos, porque nós não queremos um espaço, nós queremos o todo.


Michel F.M.

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