segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cemitério de Respostas


Cemitério de Respostas

Em nosso cemitério de repostas,
Fantasmas de um passado que não volta,
Pelo menos para nós e nossas viúvas,
Amores que perdemos nessa chuva,
E agora jazem em companhia de outras covas,

Provas de nossa ingratidão,
Infidelidade, desprezo e desespero,
Associados a insatisfação.

Refrão
Cemitério de Respostas.

E as traições poderão descansar,
Junto às ervas daninhas do canteiro,
Terei as ladainhas do coveiro,
Derramadas sobre meu caixão,

Mas antes encaixotarei as faltas,
E as sepultarei no cemitério de respostas.

Refrão
Cemitério de Respostas.


(Composição: Michel F.M.)


quarta-feira, 8 de julho de 2009

A Fábula do Lobo que Amou a Lua


*Poesia Premiada com Menção Honrosa no "XVIII Prêmio Moutonnée de Poesia 2008".


A Fábula do Lobo que Amou a Lua

A fábula aconteceu em uma noite nua,
Despida de estrelas, coberta por crendices,
À noite em que um homem tolo amou a lua,
Amantes do impensável derrotaram a tolice.

Por toda a floresta refletia seu luar,
A sua imponência conquistava quem olhasse,
E o homem se mutava a ponto de uivar,
Deixou que a insanidade obscura o dominasse.

Apenas um humano que a ausência transformou,
Deixou sua família porque algo o atraía,
Em uma matilha semelhança encontrou,
Sabia que um porém vivamente o conduzia.

Nunca outro alguém ousou o contestar,
Deixou a selva rude, nomeada de urbana,
Aquilo nunca mais seria o seu lar,
E não se contentou, nem com uma cabana,

Integrou-se ao mato, que lhe fazia bem,
E esqueceu de fato que um dia fora homem.

Tudo pela sua... Idolatrada lua,
Que não o abandonara na dura solidão,
Ela o visitava sempre que podia,
E ele aguardava com muita excitação.

Uma vez por mês, bem longe da aldeia,
No meio da floresta ele amava a lua cheia.
-
Esta é a fábula de uma noite nua,
A fábula do lobo, a fábula da Lua.
Esta é a fábula de uma noite nua,
A fábula do lobo que amou a Lua.

(Compositor: Michel F.M.)

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