sexta-feira, 16 de maio de 2008

"Na terra dos brutos: Onde os valores não valem"


Mais um dia o Sol não nasceu,
A luz lá fora não é natural,
Mas afinal, tudo hoje em dia é artificial.
Os alimentos não têm mais sementes,
E mesmo que tivessem o solo é contaminado,
E as proteínas são carentes, por isso vivemos doentes e cansados.
A escuridão sobrevoa nossos corpos,
Esperando por lamentos para se alimentar.
Como vim parar aqui ?
Essa é a única pergunta que não respondi,
Essa é a única resposta que não entendi.
Não sou nem a poeira ou a sombra do que fui um dia,
Precisei mudar para sobreviver, precisei matar para não morrer.
Meus sonhos se foram, meus pesadelos se realizaram.
E aqueles que eu não conhecia, não me pouparam,
Arrancaram minhas alegrias, mas eu revidei,
E acabei com as agonias que me sufocaram.
Hoje não sofro, nem vivo, nem espero nada de ninguém,
Nesta data tão ferida, coberta de sangue e marcada por lutos,
Meu corpo jaz paciente sem inquietar-se com os vultos do além,
Descanso na terra dos brutos: onde os valores não valem.


Por: Michel F.M. Maio de 2008

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